Ressurreição e vida eterna (base de fé: XIII)
Presbítero Geraldo Jordão de Andrade Júnior
Igreja de Cristo em Rosa dos Ventos
Parnamirim / RN
Cremos:
“Na ressurreição dos mortos, na vida eterna dos Salvos e na condenação eterna dos injustos que não aceitaram Cristo Jesus como Salvador. Dn 12:2; Jo 5:28-29; At 17:31; 24:15; Heb 9:27-28, e Ap 20:11-15. “
Em um final e semana, há quase dois mil anos atrás, dois homens caminhavam de Jerusalém em direção a Emaús, uma aldeia que ficava há 11 km daquela cidade. Carregavam em seus corações um sentimento de perda irreparável, uma sensação de vazio, desamparo e a nítida impressão, causada pela injustiça, dor e pelo sofrimento de que o mal é a realidade última para o ser humano. Assim como aqueles dois discípulos, quando passamos pelos vales escuros, segundo nossa realidade, também podemos ser levados à cegueira espiritual e induzidos a pensar que o choro e a morte são as últimas notícias de nossa existência.
Foi justamente a intervenção do Mestre, que intencionalmente, num primeiro momento se apresenta como um desinformado desconhecido, que os fez gradativamente, reconhecer as palavras de fé e de vida baseadas nas promessas das Escrituras Sagradas das quais Ele mesmo é a revelação definitiva, fazendo com que a esperança nascida de sua ressurreição pudesse reviver seus corações devastados pela sombra da morte.
Daqueles dias até o presente século, a doutrina da ressurreição continua sendo um dos mais importantes fundamentos do cristianismo. Ela está presente nas Escrituras desde o Antigo Testamento, prometida através dos profetas e mencionada em livros como os Salmos e outros escritos. Ela é a esperança de muitas gerações antes de nós. Encontramos, por exemplo, indícios dessa crença ainda no livro de gênesis quando Abraão, mesmo sabendo que deveria sacrificar a seu filho Isaque, declarou com confiança que os dois voltariam do monte, ou seja, ele cria que Deus poderia fazer Isaque voltar à vida e cumprir a promessa de que ele seria seu descendente (Genêsis 22:5 e Hebreus 11:17-18). Igual doutrina também é declarada de forma muito evidente pelo profeta Daniel (cap. 12:2), quando o mesmo revela tanto a ressurreição de justos para a vida eterna quanto de injustos para o desprezo e vergonha eterna. Semelhantemente, esse mesmo entendimento fora registrado por Isaías, o profeta messiânico, afirmando a ressurreição daqueles dentre o seu povo que esperavam o Messias e a sua própria ressurreição (Isaías 26:19).
A Escritura compara o fenômeno da ressurreição ao renascimento da vida vegetal a partir da chuva sobre a terra, quando na terra desertificada surge o milagre da vida. Assim como a árvore mencionada no capítulo 14, nos versos de 7 a 9 do livro de Jó. O próprio Jó tinha a esperança da ressurreição (versos 13-15). O Salmista Davi declara sua confiança em viver eternamente com o Senhor e a certeza de que seu corpo estava guardado em Deus (Salmos 16: 9-11). É claro que nesta passagem está também a referência profética à ressurreição do Messias, pois o corpo do rei Davi conheceu a decomposição. Entretanto, é nítida a confiança plena do salmista em uma ressurreição futura conforme a esperança mencionada no final do conhecido Salmo 23: “habitarei na casa do Senhor”.
No capítulo quinze da primeira carta de Paulo aos Coríntios, o apóstolo apresenta a ressurreição como fundamento de toda a fé cristã e sem o qual ela não faria nenhum sentido, pois diferente de muitos sistemas filosóficos, e mesmo possuindo enorme impacto em nossa caminhada terrena, este fundamento nos aponta sempre para a esperança de transcender esta realidade e nos levar a uma transformação tal, que nos permita viver a plenitude da presença de Deus em uma nova dimensão.
O apóstolo João afirmou claramente essa verdade nos assegurando que somos filhos de Deus, mas ainda não nos tornamos aquilo que o projeto de Deus estabeleceu (I João, 3:2). A ressurreição leva a uma transformação da nossa fragilidade em fortaleza, o corruptível se torna incorrupitível. A esperança da ressurreição era a força motriz que movia Paulo a enfrentar todos os tipos de adversidades, tanto físicas quanto mentais, visto que o Evangelho nos desafia a considerar o Reino de Deus como um bem maior do que a própria vida, e em momentos de conflito este passa ser a opção do cristão, mesmo significando sofrimento e morte.
Dentro deste mesmo contexto, alguns irmãos da Igreja em Corinto, estavam deixando-se levar pelos ensinos do pensamento grego da época de que não existe ressureição, ou no mínimo, estavam construindo um pensamento semelhante, tanto que Paulo, grande conhecedor da filosofia grega, cita a frase que resume o pensamento hedonista o qual nasceu no ocidente a partir de Aristipo de Cirene (435-335 a.C.) e é mais tarde desenvolvido por Epicuro de Samos (271 ou 270 a.C.): “Comamos e bebamos porque amanhã morremos” (I aos Coríntios 15:32).
Válido, mencionar que o hedonismo ensina que o maior bem da vida é o prazer (em todas as suas formas) e a busca por este é o que dá sentido à existência humana (conceito de Aristipo). A diferença entre do hedonismo de Aristipo para o de Epicuro, é que o último, propunha a busca e o gozo dos prazeres de forma moderada, sob pena de sofrer as consequências do exagero. A ideia não é totalmente nova, pois esta percepção já estava presente no povo israelita que, ao invés de se voltar para Deus num momento de grave crise resultante da invasão do rei Senaqueribe, preferia se entregar ao fatalismo, realizando uma espécie de “banquete de despedida da vida” (Isaías 22:13), procurando obter o máximo de prazer que podiam diante do curto tempo de vida que lhes restava. Essa atitude, era sua reação ao medo da morte, afastando-lhes da vida em sua realidade última e plena: o próprio Deus, a fonte da vida, assim descrito nas palavras de Paulo diante dos filósofos em Atenas, citando as ideias dos próprios gregos (Atos 17:25).
Não se pode negar que a mesma ideia hedonista está presente de forma inconsciente (ou não) no pensamento moderno, revelada em frases quotidianas como: “a vida é curta, aproveite hoje, pois amanhã ninguém sabe!…” ou nas músicas: “hoje o tempo voa…vamos viver tudo que a há para viver, vamos nos permitir!”. Há um senso comum de que, no final, o que importa mesmo, é viver o prazer da forma mais intensa possível, sem se preocupar com as consequências. A ideia de que, pelo menos de vez em quando, é necessário “enfiar o pé na jaca”.
Sobre o mesmo assunto, o sábio escritor de Eclesiastes, o rei Salomão (admitindo-se a ideia mais aceita de que ele realmente foi o autor em aproximadamente 935 a.C.), já havia chegado à conclusão de que todos os objetivos e bens terrenos, quando considerados como fins em si mesmos, levam a insatisfação e ao sentimento de vazio, traduzido nos termos que ele utilizou: “vaidade das vaidades” ou “correr atrás do vento”, uma vez que a finitude humana destrói qualquer sentimento de auto realização e tudo parece perder o sentido quando o homem toma consciência de sua efemeridade. A partir da própria experiência pessoal, na busca por realizações e prazeres típicos da existência terrena, ele passa à perceber os efeitos do esgotamento das sensações, e a falta de propósito para a existência humana, como se, ter nascido ou não, não fizesse a menor diferença. É justamente neste ponto que ele percebe que ao homem é lícito e bom gozar daquilo que a vida oferece, desde que isto seja orientado através de uma moral superior e guiado por uma visão que transcende a existência: a percepção de que há um Deus que provê todas essas coisas, mas que também mostra ao homem como equilibrar o uso das mesmas. A verdade é que, no momento que perdemos a perspectiva da continuidade da existência, passamos a viver a “urgência do prazer”, ou seja, o tempo é curto e eu preciso obter todo o prazer que puder. Para muitas pessoas esse senso de urgência passa a determinar seu comportamento, passando a ser o fator predominante nas suas decisões e afetando o senso ético. A ideia é: “para ser feliz (gozar a vida), vale tudo”. É justamente o medo da morte que nos escraviza ao pecado, enquanto a fé nos liberta pela esperança da ressurreição.
Uma vez que consideramos a continuidade da existência, é inevitável levantarmos algumas questões. A primeira delas é: como a ressurreição ou ressuscitação (há quem faça uma diferenciação entre os termos, entretanto, lexicamente os dois são iguais) é apresentada na bíblia? Ou seja, como é a sua natureza?
Em primeiro lugar, se faz necessário estabelecer a diferença da ressurreição de Cristo e os demais exemplos na bíblia. Antes da ressurreição do Mestre ocorreram outras, citemo-las: o caso do soldado que volta à vida após ser colocado no túmulo do profeta Eliseu (II Reis, cap. 13), a filha de Jairo (Marcos, 5:41-42), o filho da viúva de Naim (Lucas 7:14), diversos crentes na promessa do Messias após a sua ressurreição (Mateus 27:50-53) e o caso mais emblemático: a ressurreição de Lázaro quatro dias após a sua morte (João 11:43). Todos estes casos evidenciam o domínio de Deus sobre a vida. Uma vez que como Criador, ele tem o poder de reviver a criatura, trazer de volta a existência aquilo que está morto. Entretanto, Cristo não ressuscitou no mesmo sentido dos casos mencionados; Cristo volta a vida, conforme o poder que o Pai lhe outorgou com um novo corpo. Não se trata simplesmente de reviver num corpo vulnerável, mas de ressurgir para uma existência em um nível elevadíssimo; em um corpo que não está mais sujeito as mesmas fragilidades do anterior.
Nesse mesmo raciocínio, podemos afirmar que todas as pessoas citadas anteriormente voltaram a morrer, Cristo porém; foi feito as primícias dos que dormem. Ele ressuscitou para nunca mais morrer, e de forma precursora, este tipo de ressurreição é a primeira de muitas que acontecerão pela fé (1 Coríntios 15:20). Ele é o modelo, o padrão ideal para este fenômeno.
A segunda questão é: quem irá ressuscitar? E a resposta é: todos! Conforme já citado aqui, Daniel nos revela que todas as pessoas que um dia existiram neste mundo serão trazidas à vida, princípio que é confirmado pelo próprio Senhor Jesus quando ele declara que, a exemplo de Lázaro, todos os mortos ouviram a sua voz e voltaram à vida, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressureição da condenação conforme afirmação de Cristo no evangelho de João (5:28-29). Esta condenação está identificada como a segunda morte, o afastamento total da presença de Deus, vida vazia e desprovida de significado, conforme revelado em Apocalipse 20:11-15 e é resultado do julgamento do Trono Branco.
A terceira questão que se pretende responder é: Como se dará a ressurreição? No capítulo quatro da carta aos 1 Tessalonicenses, a partir do verso treze, o apóstolo Paulo fala sobre a primeira grande ressurreição. Esta diz respeito a todos os que depositaram sua total confiança em Cristo durante a era da Igreja (período que se inicia no dia de pentecostes e termina no dia do arrebatamento). Ele explica a dinâmica do arrebatamento e a sua ligação com a ressureição dos salvos em Cristo: Haverá uma unificação entre os que estiverem vivos e aqueles que morreram guardando a fé: os que ressuscitam passam a ter um novo corpo glorioso e os que estão vivos passam por uma transformação para obtê-lo. Ambos estarão habilitados, em uma fração de segundos, a encontrar com Cristo além do espaço terrestre. Isto explica a expressão “ser semelhante a ele” usada pelo apóstolo João (I João, 3:2) e a aquela corroborada pelo próprio apóstolo Paulo ao chamar de corpo glorioso (Filipenses 3.20-21), ou seja, um corpo capaz, por exemplo de resistir ao atrito com o ar durante o arrebatamento, quando a força do campo gravitacional será superada por uma força maior, a celestial.
O químico Antoine Lavoisier (1743-1794) demonstrou através de seus experimentos, que os produtos resultantes das reações químicas possuem a mesma massa que os elementos utilizados nelas. Este é o princípio da conservação das massas, sintetizado em sua célebre frase: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Paulo não era um cientista, mas falava por inspiração divina e acertou em cheio ao falar sobre a diversidade da matéria que compõe os diferentes corpos inclusive entre corpos semelhantes. Tudo é matéria e energia, mas a organização dos mesmos determina as características e atributos das diferentes formas dos seres animados ou inanimados. De forma semelhante, a analogia de Paulo utilizando a figura do grão que morre, germina e renasce com um novo corpo está perfeitamente sintonizada com a declaração de Lavosier.
Ainda, nesta relação entre revelação e ciência, é interessante afirmar que a morte, em última análise, é uma série de reações químicas, ou seja, processos de transformação da nossa matéria e a ressurreição poderia ser explicada como o reagrupamento dessa matéria em nova estrutura molecular que resultará em um corpo com qualidades muito superiores ao original. Esse novo corpo poderia ser resultado de uma mudança de estado físico (fenômeno físico) dessa matéria que foi reordenada em nível molecular.
Para melhor explicar esse raciocínio, quero citar um exemplo de fenômeno físico: a água pode se encontrar no estado sólido, líquido ou gasoso, mas sua molécula H2O continua a mesma, ou seja, o fenômeno físico altera apenas a forma da matéria. Mas se ampliarmos este entendimento, poderemos considerar que, além dessa mudança de estado físico que poderia aumentar a densidade dessa matéria (aumentando incrivelmente sua resistência), ocorreria adicionalmente uma série de reações químicas – fenômenos nos quais duas substâncias combinadas fazem surgir uma nova com características próprias (isso habilitaria este corpo ressurreto a vencer diversas limitações, a obter novas habilidades e características).
De qualquer forma, o maior milagre da ressurreição é reagrupar aquilo que foi disperso pela desintegração, seja ela natural ou provocada pelo homem (cremação do corpo por exemplo). Isso certamente não seria possível em laboratório mesmo que estivéssemos falando de um corpo inanimado, imagine-se então de um corpo complexo como do ser humano!
Na mesma esteira, Paulo afirmou que nem todo corpo é igual, embora haja semelhança na composição básica, pois todo ser vivo é matéria baseada em carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio: “Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes.” – I Carta aos Coríntios 15:39 – assim, a estrutura molecular atribui características diferentes, habilitando a um ser, por exemplo, respirar sob a água e a outro, suportar temperaturas baixíssimas ou altíssimas. Até mesmo entre os corpos inanimados existem diferenças: mais uma vez Paulo, pelo Espírito, está extremamente alinhado com as descobertas científicas: “Uma é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.” (verso 41). Afirmação plenamente confirmada hoje pela astronomia a qual afirma que as estrelas possuem diferentes padrões de luminosidade e temperatura superficial. Concluímos pelas Escrituras, que todos terão um corpo resistente e portanto, imortal, mas nem todos terão um corpo glorioso; toda vez que esta expressão aparece nos textos sobre ressurreição, ela está se referindo aos que confiaram suas vidas a Jesus, como Senhor e Salvador. Essa diferença está justamente relacionada aos diferentes destinos de salvos e não-salvos: a liberdade para viver em uma nova dimensão com novos propósitos e portanto, com um corpo superior ou o aprisionamento em um lugar tenebroso, sem esperança e sem dignidade.
O filósofo contemporâneo Luís Felipe Pondé, afirma que “O homem é um tipo de animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, porque sabe mais do que deve e menos do que precisa.” Certamente esse “cadáver” simboliza o sofrimento de estar consciente de própria finitude (saber mais do que deve), um certo mal-estar em saber que no final, tudo termina e todas as realizações parecem não ter nenhum sentido à medida em que nos aproximamos do fim, ao mesmo tempo que a sua racionalidade não é suficiente para obter todas as respostas das quais precisa, notadamente, as questões clássicas da filosofia, como: “qual o sentido da vida?” ou “o que é a verdade?”.
A crença na ressurreição nos proporciona um novo sentido para esta existência terrena. Ela nos faz enxergar além da finitude, nos dando a expectativa da entrada em um novo ciclo de existência humana, que trará respostas para muitos dos nossos questionamentos e nos levará a uma experiência que transcende toda a anterior e a todo o conhecimento acumulado até hoje através das civilizações, como descrito pelo apóstolo Paulo: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (I Carta aos Coríntios 2:9).
Esta percepção da mudança radical entre as duas dimensões (terrena e celestial) ficou extremamente clara no diálogo de Jesus com os saduceus. Os saduceus constituíam uma seita judaica que surgiu a partir da construção do segundo templo. Mas, diferente dos fariseus, eles não aceitavam a tradição oral e principalmente negavam veementemente a ressurreição. No capítulo 22 (verso 23 em diante) do Evangelho de Mateus, encontramos estes religiosos tentando enlaçar Jesus através de uma pergunta sofista sobre a situação conjugal de uma mulher, após a ressurreição. Aqui, neste texto, a resposta de Jesus revela duas verdades fundamentais: a primeira é que a dinâmica da mudança de paradigma na nova existência só pode ser compreendida pelo conhecimento imparcial das Escrituras: “errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. Jesus explica que uma das atribuições do casamento, a de perpetuar a espécie a partir do relacionamento amoroso entre homem e mulher, não terá mais significado na dimensão celestial; se os saduceus possuissem uma compreensão ampla das Escrituras, saberiam que esta etapa da humanidade já estaria superada após a ressurreição e semelhantemente a isto, muitas outras mudanças ocorrerão na nossa nova forma de existência.
A segunda verdade só pode ser entendida pela experiência com o poder de Deus: Ele é um Deus de vivos! Jesus por diversas vezes manifestou o poder de Deus sobre a morte. Àqueles que consideram a expectativa da preservação da existência humana na ressurreição como uma estupidez religiosa, deveriam na ausência de fé, pelo menos observar a experiência da Turritopsis dohrnii (uma espécie de água-viva) que sinaliza a engenharia Divina na criação de indivíduos imortais. Esta pequena criatura tem a capacidade de rejuvenescer renovando suas células e se perpetuando, imune às doenças, desaparecendo somente se for vítima de um predador.
Podemos afirmar que o homem criado conforme a narrativa do livro de gênesis foi um ser projetado para ser imortal. A ressurreição é a esperança da retomada do projeto original de Deus, brutalmente alterado pelo pecado, e mais do que isto, é também um aperfeiçoamento extremamente significante deste projeto. A morte é uma anomalia, a ressurreição é a sua correção definitiva, pois Deus é a fonte da vida!
Se acordarmos todos os dias para enfrentar o caos desse mundo e sua desesperança, apenas munidos da nossa compreensão limitada e pela experiência de nossos ancestrais, certamente acabaremos desiludidos e entregues ao fatalismo. Ao se deparar com esta sensação, qualquer ser humano corre em busca de respostas. As pessoas correm para as ideologias e seus pensadores. Mas, devemos fazer a nós mesmos a pergunta de Pedro: “para onde iremos nós?”. A resposta é a mesma que ele descobriu pela graça da revelação do Espírito: Só Ele tem as palavras de vida Eterna (João 6:68). Quem se apropria dessas Palavras está em Cristo e nele permanece, sabe que todas as coisas aqui são provisórias: possuem propósito e tempo determinado. Quem está ligado a Videira tem vida em abundância, vida que se renova e que continua para sempre.
Cremos pois, como Igreja de Cristo no Brasil, na ressurreição como um fundamento no qual toda nossa fé está estabelecida: toda a doutrina de perdão, justificação e salvação eterna encontra sentido nesta verdade como fato determinado por Deus e que representa uma realidade racional, perfeitamente possível e aceita através da fé mediada pelo Espírito de Deus. Vivamos, assim todos os nossos dias aqui arraigados na esperança da ressurreição! Amém!
A Igreja de Cristo no Brasil, possui uma doutrina sólida bíblica e convicta na extensão dos efeitos graciosos da ressurreição corpórea de Cristo sobre a vida e à experiência dos salvos na vinda de nosso Salvador. Ultrapassamos destemidamente todos as tempestades filosóficas e pseudoteológicas que impetuosamente se arvoraram contra essa crença. Nosso fundamento é bíblico, teológico, racional, mas também e, acima de tudo advém de uma fé sobrenatural implantada em nós pelo Espirito de Deus, de que seremos ressuscitados em corpos glorificados! Cremos nessa transformação, de nossa corruptibilidade para uma vida abundante e redimidas das vilezas, corrupções, da presença do pecado e do caos que ele instalou na existência humana. Esse firme pensamento, e fé, nos seleciona dentre as mais sérias e fundamentadas teologias da igreja cristã dos últimos tempos!
Vivamos, assim todos os nossos dias aqui arraigados na esperança da ressurreição! Amém!